A invasão da Ucrânia pela Rússia, ocorrida em fevereiro de 2022, ocupou significativo espaço na agenda política internacional. Paralelamente, vários países buscaram atualizar seus documentos norteadores da segurança e defesa nacionais diante dos novos desafios geopolíticos. Nesse contexto, o objetivo deste estudo exploratório é analisar em que medida o debate sobre mudança climática está representado nesses novos documentos, diante do maior conflito armado na Europa desde o final da II Guerra Mundial. Considerando o período 2022-2023, realiza-se uma breve análise documental das atualizações dos documentos de segurança e defesa nacionais de três países: EUA (Estratégia de Segurança Nacional 2022), França (Revisão Estratégica Nacional 2022) e Reino Unido (Atualização de 2023 da Revisão Integrada). Embora o período abordado seja relativamente curto, é possível afirmar que, especificamente no que tange aos documentos de segurança e defesa nacionais atualizados recentemente por esses três países, a atual crise na Ucrânia e as medidas tomadas por parte da Rússia na área energética se apresentam, embora em diferentes medidas, como uma espécie de fator catalizador da necessidade de enfrentamento da crise climática, principalmente no que se refere à redução da dependência de combustíveis fósseis, incluindo suas relações de dependência geopolítica. É possível constatar, portanto, que os reflexos da atual guerra na Ucrânia, incluindo suas repercussões para o debate sobre mudanças climáticas, extrapolam políticas públicas eminentemente centradas em defesa nacional.
Acesse Diálogos Soberania e Clima para mais informações.