Métodos de ensino utilizando gamificação têm ganhado cada vez mais espaço em treinamentos empresariais e em aulas de cursos de graduação e pós-graduação no Brasil. Nesse tipo de atividade são empregadas dinâmicas ou cenários simulados com o objetivo de engajar e motivar o aprendizado ou a capacitação desejada, inserindo elementos de disputa, assim como parâmetros de sucesso ou fracasso, especialmente no que se refere a métodos de trabalho em grupos. O objetivo deste trabalho é compartilhar a experiência obtida, em 2021, com o desenho e a aplicação de um jogo voltado ao aprofundamento do tema segurança e defesa das fronteiras no Brasil, em um quadro interagências. A partir de uma simulação simplificada do Conselho Superior de Governança do Ministério da Defesa (CONSUG-MD), do Comitê-Executivo do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF) e do Gabinete de Crise da Presidência da República (GC-PR) foram trabalhados os principais conceitos, atores e marcos legais atinentes ao tema. Mais especificamente, foram estabelecidos grupos, nos quais cada discente representou um determinado órgão ou entidade da Administração Pública envolvidos em questões de segurança e defesa nacionais na Faixa de Fronteira. Cada grupo passou obrigatoriamente por três cenários simulados de processo decisório, de crescente grau de complexidade, envolvendo delimitação de prioridades e negociação por recursos. Ademais, foram previstas algumas das principais dificuldades reais enfrentadas nesse contexto, tais como: escassez de recursos, contingenciamentos, prioridades cambiantes, limitações de tempo e de informações etc. Assim, baseado nas já conhecidas “defense budget simulations”, este jogo simplificado buscou facilitar e motivar o aprendizado, chamando atenção para complexidade de um ambiente de processo decisório envolvendo diversos órgãos e entidades governamentais, em contexto em que a definição de prioridades e o gerenciamento de recursos orçamentários foram fatores determinantes.
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