O oceano e seus recursos são cada vez mais reconhecidos como indispensáveis para enfrentar os diversos desafios do planeta nas próximas décadas. Cerca de dois terços da superfície terrestre são cobertos por água e grande parte da população mundial vive em áreas litorâneas e costeiras e, no caso do Brasil, esse número ultrapassa mais de 60%. Diante das novas e velhas ameaças que permeiam a segurança nacional e internacional e devido às riquezas presentes no mar, cada vez mais países têm buscado desenvolver os setores ligados às atividades do mar, tais como defesa, recursos e transporte marítimo. Logo, o litoral brasileiro necessita da presença das Forças Armadas (FFAA), especialmente da Marinha, para garantir a segurança do território nacional. Para tanto, diversas organizações militares (OOMM) localizam-se em cidades costeiras com o intuito de cumprir essa função. Para além de prover segurança, tais OOMM podem gerar efeitos na economia local de cada região e diversos estudos já apresentaram que a presença das FFAA em determinado território é capaz de gerar renda e emprego, promovendo o comércio e a prestação de serviços locais. Para isso, o artigo desenvolve sua análise utilizando de ferramentas econométricas, mais especificamente dados em painel, e de um debate que inter-relaciona economia do mar, economia de defesa e crescimento econômico. A análise econométrica é feita para os anos 2000 e 2010, considerando 5566 municípios brasileiros e tem como principais objetivos verificar se as atividades econômicas relacionadas ao mar impactam o crescimento econômico e se este impacto é afetado pela presença das Marinha no município em questão. O artigo conclui que (i) ao mesmo tempo em que as atividades do mar não impactam positivamente o crescimento econômico, (ii) elevações nos gastos realizados pela Marinha amenizam o impacto negativo destas atividades sobre o crescimento.
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