Na segmentação da Base Industrial de Defesa (DIB), os setores aeronáutico e espacial são geralmente agrupados em um único grande setor industrial: aeroespacial. No Brasil, esse setor é o de maior participação no DIB etambém apresenta a maior participação internacional, representando uma exceção, não apenas no setor militar, mas entre todos os setores de alta tecnologia do setor brasileiro como um todo. No entanto, quando analisados separadamente, esses dois setores têm características diferentes e até contrastantes, embora tenham sido originários do mesmo centro de pesquisa, o Centro Técnico de Aeronáutica (CTA). Enquanto o setor aeronáutico alcançou alta competitividade com participação destacada no mercado internacional, o setor espacial seguiu uma trajetória errática, com sucessos parciais e algumas falhas. Além disso, as políticas públicas adotadas nos dois setores sempre foram muito diferentes, dificultando a agregação de análises. Nesse sentido, é necessário avançar no entendimento da indústria aeroespacial por meio de um estudo que busque caracterizar e analisar os setores aeronáutico e espacial brasileiro separadamente, identificando suas principais demandas e deficiências e, assim, contribuir para a formulação de políticas públicas específicas . Este artigo propõe fazer essa comparação entre os setores aeronáutico e espacial brasileiro a partir dos dados de um projeto de pesquisa mais amplo, denominado Mapeamento da Base Industrial de Defesa do Brasil. Na pesquisa, são contrastadas informações sobre evolução histórica, determinantes da demanda, estrutura de mercado e tecnologia, concluindo com uma análise das condições competitivas em cada setor. A diversidade de caminhos seguidos pelos dois setores, desde a influência e o papel do Estado, estratégias de negócios, embargos de tecnologia, entre outros fatores, pode fornecer respostas sobre a grande diferença entre os setores aeronáutico e espacial brasileiro.
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